Chegou a hora de abrir oficialmente a porta da Biblioteca da Escola Básica da Bandeira.
A esse propósito destacou-se a obra de Maria Alberta Menéres "O poeta faz-se aos 10 anos".
A partir do título e conteúdo
desta obra de Maria Alberta Menéres, ilustre gaiense, derivou a questão: Quando
se faz um leitor? Um leitor faz-se muito antes. Quando um casal decide ter
filhos, marca desde essa altura a criação, ou não, de um leitor. Uma mãe e um
pai gestantes que leem, que dedicam momentos de calma para ler, ouvir música,
contemplar uma paisagem ou uma obra de arte, condicionam desde logo o tipo de
criança que querem ter. Daí a enorme responsabilidade de determinar essa
apetência pelos livros, pelas palavras. António Batarda, no livro Leer
contra la Nada, afirma que “A primeira biblioteca que conheci na minha vida
foi a minha mãe. ( ...) Cada noite, antes de dormir, visitávamos as estantes da
sua memória” .
A escola vem muito depois. As histórias pela voz dos educadores e mediadores de leitura, pelos professores, os livros das estantes bibliotecas apenas acrescentam mais-valia a um tesouro que se cria no ventre da mãe.
Fazer nascer poetas, crianças e jovens que se extasiem com o que os rodeia não é tarefa difícil. É só ensinar-lhes aquilo que Fernando, aluno de Maria Alberta Menéres, descobriu: poesia é a beleza da Vida. Foi o que fizeram todos os alunos da escola da Bandeira que escreveram um poema coletivo.
Ora vejamos:
Poema coletivo das crianças e alunos da EB da
Bandeira.
“Poetas nascem nesta Primavera”
Na Primavera vem o calor
Nascem flores,
Chegam as joaninhas, borboletas e os passarinhos.
E o amor!
Na Primavera aparecem muitos arco-íris no céu.
E este ano, a Primavera também nos trouxe a
biblioteca!
Que festa!
A biblioteca tem muitos livros.
É um local para ler histórias.
A biblioteca é um sítio onde podemos imaginar e sorrir.
E há poesia!
A poesia são sonhos!
São histórias contadas de maneira diferente!
Mas...sshh! Na biblioteca fazemos silêncio
Sshh! No silêncio da biblioteca lemos livros de
histórias!
Sshh! Na biblioteca fazemos silêncio. Mas não muito.
Na biblioteca também vive a música
Música para cantar e dançar, para o piano e a guitarra.
Na Primavera e na biblioteca há borboletas,
passarinhos e flores.
E girassóis que olham para o Sol quentinho.
Nos livros, a mãe Natureza também brilha e canta
Com as cores e sons da Primavera.
Na Primavera nascem as folhas,
Depois as flores
E por fim os frutos.
As flores têm muitas cores
E são muito cheirosas.
Cheira bem na nossa biblioteca!
A Natureza é muito importante,
Dá-nos vida, o ar que respiramos
A água que bebemos
E os alimentos para vivermos.
A Primavera também entrou...
-Onde?
-Na Biblioteca da Bandeira!
Nos muitos livros que eu vou ler
Mesmo através de brincadeiras,
Vai ser mais muito mais fácil ....
-O quê?
- Aprender! A leitura de um livro leva-nos a aprender
o mundo
E da natureza o seu conhecimento profundo.
Pois é!
Por entre as páginas e o perfume de cada flor
Nascem novas e bonitas palavras cheias de amor.
Pois é!
Parece
Um jardim de palavras encantadas,
Um lugar onde os sonhos são infinitos.
Agora que os dias são mais longos
E a natureza começa a despertar
Toco, abro, cheiro, folheio
Leio e viajo nas folhas de um livro.
Que bom!
Histórias de encantar eu poderei ler!
Mas também estudar.
E voar com a minha imaginação
Mas atenção!
Shh! Shh!
Na biblioteca escolar o silêncio é a valer
Não se pode gritar, muito menos correr
Ssshh! Sshh! silêncio...
Temos uma novidade para anunciar
Hoje é o grande dia,
A BIBLIOTECA
VAI ABRIR!
O João, a Luna, a Raquel, a Eva e a Iva. alunos dos 2.º, 3º e 4.º ano leram o poema em jogral. Os mais pequenino, do 1.º e pré escolar, muito embora tivessem também colaborado no poema, foram os responsáveis pela ilustração e fizeram questão de a mostrar a todos.
Assim o esperamos.
“Sshh! Na biblioteca fazemos silêncio. Mas não muito”.
Para os mais velhos,
este verso poderá ser estranho. Mas não é. Na verdade as bibliotecas escolares
não são as mesmas que havia no nosso tempo, de livros fechados em vitrinas de
vidro, resguardados do uso e do tempo. Alguns deles ficaram para sempre
estagnados, perdidos nesse tempo. As bibliotecas modernas e, por maioria de
razão as bibliotecas escolares, são lugares dinâmicos, versáteis. Por isso
encontramos nelas, equipamento diverso, computadores, tablets, leitores de
música, aparelhos de TV, pois o conhecimento chega não apenas através dos
livros. Contudo, a grande tarefa será sobretudo transmitir o gosto por ler. Daí
a grande fatia de documentos ser ainda o livro. Tal como diz o poema “ toco,
abro, cheiro, folheio, leio e viajo nas folhas de um livro”.
E, é claro, não podia faltar o bolo!
Sonho concretizado! Bem haja a todos!
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