28 março 2022

Cerimónia de inauguração da Biblioteca da EB da Bandeira

 

Chegou a hora de abrir oficialmente a porta da Biblioteca da Escola Básica da Bandeira.





Para tal, presidiu ao evento o Exmo. Sr Presidente da Câmara Municipal de V. N. de Gaia, Prof. Doutor Eduardo Vítor Rodrigues acompanhado pela Srª Vereadora da Educação, Marina Mendes.





O diretor, Filinto Lima deu as boas vindas a todos e abriu o evento.  


Escolheu-se o dia 21 de março para inaugurar a biblioteca da EB da Bandeira pois neste dia, de início da renovação da Natureza, é também o dia da Poesia. 

 A esse propósito  destacou-se a obra  de Maria Alberta Menéres "O poeta faz-se aos 10 anos".  

     

A partir do título e conteúdo desta obra de Maria Alberta Menéres, ilustre gaiense, derivou a questão: Quando se faz um leitor? Um leitor faz-se muito antes. Quando um casal decide ter filhos, marca desde essa altura a criação, ou não, de um leitor. Uma mãe e um pai gestantes que leem, que dedicam momentos de calma para ler, ouvir música, contemplar uma paisagem ou uma obra de arte, condicionam desde logo o tipo de criança que querem ter. Daí a enorme responsabilidade de determinar essa apetência pelos livros, pelas palavras. António Batarda, no livro Leer contra la Nada, afirma que “A primeira biblioteca que conheci na minha vida foi a minha mãe. ( ...) Cada noite, antes de dormir, visitávamos as estantes da sua memória” .

 A escola vem muito depois.  As histórias pela voz dos educadores e mediadores de leitura, pelos professores, os livros das estantes bibliotecas apenas acrescentam mais-valia a um tesouro que se cria no ventre da mãe.

A filha de Maria Alberta Menéres, Eugénia de Melo e Castro, teve a grande amabilidade de enviar um vídeo falando da mãe como professora, criadora de poetas, poeta, e leu algumas das suas poesias.

Fazer nascer poetas, crianças e jovens que se extasiem com o que os rodeia não é tarefa difícil. É só ensinar-lhes aquilo que Fernando, aluno de Maria Alberta Menéres, descobriu: poesia é a beleza da Vida. Foi o que fizeram todos os alunos da escola da Bandeira que escreveram um poema coletivo.

Ora vejamos:


Poema coletivo das crianças e alunos da EB da Bandeira.

 

Poetas nascem nesta Primavera”


Na Primavera vem o calor

Nascem flores,

Chegam as joaninhas, borboletas e os passarinhos.


E o amor!

 

Na Primavera aparecem muitos arco-íris no céu.

E este ano, a Primavera também nos trouxe a biblioteca!

 

Que festa!

 

A biblioteca tem muitos livros. 

É um local para ler histórias.

 

A biblioteca é um sítio onde podemos imaginar e sorrir.

 

E há poesia!

 

A poesia são sonhos!

São histórias contadas de maneira diferente!

 

Mas...sshh! Na biblioteca fazemos silêncio

Sshh! No silêncio da biblioteca lemos livros de histórias!

 

Sshh! Na biblioteca fazemos silêncio. Mas não muito.

Na biblioteca também vive a música

Música para cantar e dançar, para o piano e a guitarra.

 

Na Primavera e na biblioteca há borboletas, passarinhos e flores.

E girassóis que olham para o Sol quentinho.

 

Nos livros, a mãe Natureza também brilha e canta

Com as cores e sons da Primavera.

 

Na Primavera nascem as folhas,

Depois as flores

E por fim os frutos.

As flores têm muitas cores

E são muito cheirosas.

 

Cheira bem na nossa biblioteca!

 

A Natureza é muito importante,

Dá-nos vida, o ar que respiramos

A água que bebemos

E os alimentos para vivermos.

 

 A Primavera também entrou...

 

-Onde?

 

-Na Biblioteca da Bandeira!

 

Nos muitos livros que eu vou ler

Mesmo através de brincadeiras,

Vai ser mais muito mais fácil .... 

 

-O quê?

 

- Aprender! A leitura de um livro leva-nos a aprender o mundo

E da natureza o seu conhecimento profundo.

 

Pois é!

Por entre as páginas e o perfume de cada flor

Nascem novas e bonitas palavras cheias de amor.

 

Pois é!

 

Parece

Um jardim de palavras encantadas,

Um lugar onde os sonhos são infinitos.


Agora que os dias são mais longos

E a natureza começa a despertar

Toco, abro, cheiro, folheio

Leio e viajo nas folhas de um livro.

 

 Que bom!

 

Histórias de encantar eu poderei ler!

Mas também estudar.

E voar com a minha imaginação

 

Mas atenção!

Shh! Shh!


Na biblioteca escolar o silêncio é a valer

Não se pode gritar, muito menos correr

 

Ssshh! Sshh! silêncio...

Temos uma novidade para anunciar


 Hoje é o grande dia, 

 

A BIBLIOTECA VAI ABRIR! 

 

O João, a Luna, a Raquel, a Eva e a Iva. alunos dos 2.º, 3º e 4.º ano leram o poema em jogral. Os mais pequenino, do 1.º e pré escolar, muito embora tivessem também colaborado no poema, foram os responsáveis pela ilustração  e fizeram questão de a mostrar a todos.





Ficou o testemunho. Na convicção de que, como refere Afonso Cruz “Um poeta, quando escreve um poema e levanta a folha onde o escreveu, descobre uma infindável pilha de poemas onde foi escrita toda a poesia que precedeu o seu poema, e ao pousar essa mesma folha verá que já contém o peso de incontáveis poemas escritos sobre aquele que acabou de escrever.”

Assim o esperamos.

 

“Sshh! Na biblioteca fazemos silêncio. Mas não muito”.

 

Para os mais velhos, este verso poderá ser estranho. Mas não é. Na verdade as bibliotecas escolares não são as mesmas que havia no nosso tempo, de livros fechados em vitrinas de vidro, resguardados do uso e do tempo. Alguns deles ficaram para sempre estagnados, perdidos nesse tempo. As bibliotecas modernas e, por maioria de razão as bibliotecas escolares, são lugares dinâmicos, versáteis. Por isso encontramos nelas, equipamento diverso, computadores, tablets, leitores de música, aparelhos de TV, pois o conhecimento chega não apenas através dos livros. Contudo, a grande tarefa será sobretudo transmitir o gosto por ler. Daí a grande fatia de documentos ser ainda o livro. Tal como diz o poema “ toco, abro, cheiro, folheio, leio e viajo nas folhas de um livro”.







Pensamos que a intervenção dos nossos alunos  foi um momento alto deste evento e  corroborado pelo Sr Presidente da Câmara que partilhou a sua própria experiência de crescimento como leitor e da importância que os livros tiveram na sua vida, não apenas como fruição da leitura, mas também dos conhecimentos que eles lhe trouxeram.

Depois chegou a vez de abrir de abrir a porta.












E, é claro,  não podia faltar o bolo!








Sonho concretizado! Bem haja a todos!




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