A propósito do poema de Luísa Ducla Soares "Meninos de todas as cores" e da declaração dos direitos da criança, os alunos pintaram meninos de todas as cores e colocaram-nos um painel gigante.
Uma vez um menino branco, chamado Miguel,
que vivia numa terra de meninos brancos e dizia:
É bom ser branco
porque é branco o açúcar, tão doce
porque é branco o leite, tão saboroso
porque é branca a neve, tão linda.
Mas certo dia o menino partiu numa grande viagem e chegou
a uma terra onde todos os meninos são amarelos.
Arranjou uma amiga, chamada Flor de Lótus que, como
todos os meninos amarelos, dizia:
É bom ser amarelo
porque é amarelo o sol
e amarelo o girassol
mais a areia amarela da praia.
O menino branco meteu-se num barco para continuar a
sua viagem e parou numa terra onde todos os meninos são pretos.
Fez-se amigo de um pequeno caçador, chamado Lumumba
que, com os outros meninos pretos, dizia:
É bom ser preto
É bom ser preto
como a noite
preto como as azeitonas
preto como as
estradas que nos levam a
toda a parte.
O menino branco entrou depois num avião, que só parou
numa terra onde todos os meninos são vermelhos. Escolheu, para brincar aos
índios, um menino chamado Pena de Águia. E o menino vermelho dizia:
É bom ser vermelho
da cor das fogueiras
da cor das cerejas
e da cor do sangue bem encarnado.
É bom ser castanho
como a terra do chão
os troncos das árvores
é tão bom ser castanho como o chocolate.
Quando o menino voltou à sua terra de meninos brancos,
dizia:
É bom ser branco como o açúcar
amarelo como o sol
preto como as estradas
vermelho como as fogueiras
castanho da cor do chocolate.
Enquanto, na escola, os meninos brancos pintavam em
folhas brancas desenhos de meninos brancos, ele fazia grandes rodas com meninos
sorridentes de todas as cores.
O mundo certo seria assim... colorido, alegre!
Nenhum comentário:
Postar um comentário