Qual a cor da liberdade? - perguntou um dia Jorge de Sena.
É verde, é verde e vermelha!
Foram essas as cores predominantes na tertúlia do dia 19 de abril. Com elas foram recordadas as conquistas que foram conseguidas há 50 anos.
Celebrou-se sobretudo os que, de lápis em punho, fizeram da escrita uma arma contra aqueles que lhes negavam a razão e que a partir da página em branco fizeram parte desta revolução.
Por isso recomeço sem cessar a partir da página em branco
E este é meu ofício de poeta para a reconstrução do mundo
Sophia de Mello Breyner Andresen
Lembrou-se o Dia da Revolução como se se tratasse de uma casa varrida e puro início de um país a renascer.
Como casa limpa Como chão varrido Como porta aberta Como puro início Como tempo novo Sem mancha nem vício
(...) Sophia de Mello Breyner Andresen
Lembrou-se ainda a responsabilidade que temos na mão, não esquecendo aqueles que lutaram por nós e do dever que temos em preservar essas conquistas.
E, por isso, o mesmo mundo que criemos
nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa
que não é nossa, que nos é cedida
para a guardarmos respeitosamente
em memória do sangue que nos corre nas veias,
da nossa carne que foi outra, do amor que
outros não amaram porque lho roubaram.
Jorge de Sena
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