ALMADA NEGREIROS
José de Almada Negreiros foi desenhador,
pintor, escritor, poeta, ensaísta, caricaturista, ilustrador, publicista,
bailarino, cenógrafo e figurinista, um artista multifacetado, bem à frente do
seu tempo!
« Isto de ser moderno é como ser elegante: não é uma maneira de vestir mas sim uma maneira de ser. Ser moderno não é fazer a caligrafia moderna, é ser o legítimo descobridor da novidade. »
José de Almada Negreiros, conferência O Desenho, Madrid, 1927
Almada, nome
pelo qual é conhecido, nasceu em S. Tomé e Príncipe em 1893, quando o seu pai
desempenhava o cargo de administrador dessa província, na época território
português.
De volta a Portugal, frequentou um
colégio de Jesuítas, em Lisboa, e também em Coimbra.
Muito jovem ainda, estreou-se
como desenhador humorista em 1911 (tinha 18 anos) e participou em
exposições logo a partir dessa altura.
Em 1914 publica o seu primeiro poema
e em 1915 participa no primeiro número da revista literária Orpheu.
Em 1917 e
1918, por influência dos Ballets Russes, experimenta os seus dotes como bailarino e coreógrafo.
Mais tarde vive em Paris durante
algum tempo e vai tomando contacto com os movimentos e técnicas vanguardistas;
vive também em Madrid entre 1927 e 1932, participando ativamente na vida
artística e literária da capital espanhola. Conhece inúmeros outros artistas e
vai encontrando o seu próprio caminho nas múltiplas artes que domina.
Em 1934 casa com Sarah Affonso,
uma artista-pintora também ela, o que lhe traz alguma estabilidade, quer
familiar, quer económica, para poder dar-se à arte.
Vai sempre pintando e escrevendo ao
longo dos anos e vai recebendo alguns prémios dignos de nota. Escreve também
sobre teoria da arte.
Como escritor, percorre vários
géneros literários: A Cena do Ódio
(1915), o Manifesto Anti-Dantas (1916),
A Engomadeira (1917), A Invenção do Dia Claro (1921) ou
Nome de Guerra (1925), são
apenas alguns exemplos.
Inovador e polémico, foi um
elemento importante do movimento
futurista português.
Foi também um importante teórico da
arte e escreveu importantes ensaios sobre ela.
São de sua autoria as decorações
para as Gares Marítimas de Alcântara, os retratos de Fernando Pessoa (tão
famosos), os paineis para o edifício das Águas Livres, frescos para a escola
Patrício Prazeres, vitrais para igrejas, entre muitas outras.
Igualmente famosos são os seus auto-retratos onde se destacam os seus grandes olhos. Olhos com uma visão do futuro, perguntamos nós? O que veriam então esses olhos?
A sua última obra é realizada em
1969: um painel para o átrio da Fundação Calouste Gulbenkian e frescos na
Faculdade de Ciências de Coimbra.
Morre em junho de 1970.
Se ficaste com vontade de conhecer
melhor este importante artista do século XX português, podes aproveitar a
exposição patente do Museu Nacional de Soares dos Reis, até 18 de março.
Sabias que …?
·
… Almada foi amigo
do casal de artistas Robert e Sonia Delaunay, que veio refugiar-se em Portugal
por causa da guerra …?
·
… Almada faleceu no
mesmo hospital e no mesmo quarto em que faleceu Fernando Pessoa…?
Dedica algum do teu tempo a ver livros de arte que encontras na biblioteca!
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